Diplopia tem cura?
11 Novembro 2016  | Seção: Colunas & Artigos  |  Categoria: 
  
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Artigo Vilmário Antonio Guitel para Opticanet
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Diplopia é um fenômeno observado quando uma pessoa vê duas imagens onde deveria ver apenas uma. Significa que o cérebro identifica dois ou mais objetos, quando se sabe que ali existe apenas um. A terminologia tem origem na língua grega: diplos = duplos + ops = olhos ou seja, visão dupla.

É um dos sintomas mais incômodos que pacientes podem referir na clínica diária. Algumas de suas causas são benignas, como erros refrativos não corrigidos, outras podem ser graves e ameaçar a vida das pessoas. 

Pacientes que se apresentam com esta situação costumam relatar que vêm "duplo?, "imagem repetida?, "imagem fantasma? ou "visão com sombra?. São formas de expressar a condição da diplopia por pessoas em consulta, situação que costuma causar visão borrada, desconforto, dor de cabeça e dificuldade de visão no cotidiano das pessoas.

A situação pode se apresentar de maneiras diferentes, caracterizadas como diplopia monocular (poliopia), binocular, horizontal, cruzada, vertical, oblíqua, homônima heterônima ou poliplopia (muitas imagens). 

Identificar a causa da diplopia é extremamente importante e desafiador quando se considera que doze músculos extraoculares (seis em cada olho), contribuem para o movimento dos olhos. Se considerarmos uma causa neurológica, também será necessário entender a relação dos nervos que estimulam e inibem os músculos extra oculares que são o III, IV e VI par de nervos cranianos. 


Para caracterizar a tipologia e a origem do transtorno, são necessárias avaliações com especialistas e ter acompanhamento, quando necessário, com um neurologista. 

De início deve sempre ser descartada a diferença entre uma diplopia "verdadeira? (duas imagens), da diplopia "falsa? ou "imagem com sombra?. As duas formas causam sintomas. Mas a diferenciação encaminha o diagnóstico e indica o provável tratamento.

A origem do transtorno é bastante variável. Tanto pode ser por estrabismo, (mesmo micro estrabismo), ametropias não corrigidas como astigmatismo ou patologias do tipo ceratocone, cataratas, bem como por prescrições ópticas mal formuladas. 

Lentes com indicação indevida podem provocar pequenos desvios alterando a posição das imagens enviadas à retina. Esta condição é mais frequente do que imaginam os profissionais que habitualmente indicam correção óptica. Sobretudo por não existir o hábito e o cuidado de medir os pequenos desvios que são observados sem as lentes e o desvio ou forias provocadas pelas novas lentes corretivas. Embora estes conceitos façam parte dos estudos de optometria e oftalmologia e deveriam estar presentes em todos os exames, são pouco utilizados na prática diária e mesmo ignorados pela grande maioria.

Fica fácil e muito claro de entender, mesmo para leigos, que se as imagens enviadas pelos dois olhos chegarem na retina em locais díspares ou diferentes em cada uma, a pessoa pode passar a ver duplo, com sombra ou pior, pode gerar necessidade de um esforço muscular para focalizar em um local ideal, caracterizando dor ocular ou dor de cabeça relatadas pelo usuário com o uso das novas lentes. 

É importante saber que para a existência de binocularidade e estereopsia, (visão de profundidade) as imagens precisam obrigatoriamente ser recepcionadas em cada retina em "locais que se correspondam? o que tecnicamente chamamos de "correspondência retiniana?. Uma boa correspondência vai gerar uma "Correspondência Sensorial? (recepção pelo córtex cerebral), de qualidade ou não em casos em que as lentes estiverem provocando alguma alteração significativa na recepção das imagens pela retina e percepção pelo cérebro. Quando isto ocorre, a imagem pode passar a ser percebida dupla ou com sombra. 

E a resposta para os retornos por prescrições mal formuladas nos consultórios, costuma ser "precisa acostumar?, ou "é uma questão de adaptação?. Entra na velha estória que se houve com frequência: quando o profissional não sabe qual o problema, o diagnóstico costuma ser "virose? ou "stress?. Ou o paciente acostuma com os óculos ou toma medicação para "acalmar?. 

Contudo, além das ametropias, muitas doenças também provocam situação de diplopia. Tanto doenças oculares como sistêmicas e sobretudo neurológicas. 

Nos olhos precisamos descartar a exoftalmia, quando provocada pela Doença de Graves (doença da tireoide), a Miastenia Gravis (doença sistêmica muscular) e todas as doenças musculares que eventualmente estejam presentes na pessoa examinada. A pressão exagerada dos olhos também pode provocar diplopia bem como um tumor orbital, com exoftalmia, precisa ser descartado.

A história de quedas ou acidentes com pancadas na cabeça mesmo que tenha acontecido há muito tempo é relevante. A condição causada por estes acidentes pode ser avaliada por testes específicos aplicados por Optometristas Comportamentais ou osteopatas. 

As condições de diplopia mono ou binocular precisa de avaliação criteriosa com revisão no sistema oculomotor, acomodativo e da estereopsia. É fundamental descartar condições de paresia ou paralisia de músculos oculares ou seus respectivos nervos. 

As urgências: 

Quando a diplopia aparece repentinamente, tanto após trauma na cabeça ou mesmo sem acidente, é importante perguntar sobre dor de cabeça recente, tontura, paralisia, dormência, problemas com a fala, dificuldade para engolir, salivação pelo canto da boca (Síndrome de Guillain-Barreé) ou incontinência. Outra eventualidade é o botulismo que afeta todos os músculos do corpo, inclusive os músculos extraoculares. Neste últimos estes casos, a situação é de urgência médica, devendo o paciente ser orientado a procurar ajuda com rapidez pela suspeita de transtorno crânio encefálico por acidente vascular cerebral, aneurisma, encefalite, pressão crâneo encefálica, etc. 

Contudo, se a pessoa não apresenta sintomas desta gravidade, já passou por cuidados médicos ou se sua queixa se refere apenas a diplopia, a situação pode ser avaliada por um optometrista que possua conhecimentos para definir a origem do transtorno e as providências que podem ser indicadas para um tratamento específico que deve ser feito de preferência com um optometrista comportamental. 

A terapia efetiva para a solução da diplopia sempre leva algum tempo para obter sucesso definitivo, visto que depende de fatores que só podem ser avaliados com eficiência por profissionais com conhecimentos que garantam a condição de determinar a origem do problema com segurança para indicar um tratamento correto para cada caso, buscando uma solução. 

A indicação poderá incluir a Terapia Visual Comportamental, Terapia Sintônica e Indicação de correção com lentes terapêuticas Neuro Funcionais. 

Professor Vilmario A. Guitel
CBOO 00050/Regional ? SP 02.0003

Técnico em Óptica - SENAC - SP
Técnico em Óptica e Optometria
(Especialista pela FIPE na CBO do Ministério do Trabalho e Emprego)
Bacharel em Optometria - Universidade do Contestado - Canoinhas SC
Pós Graduado em Alta Optometria - UNC - Canoinhas SC
Pós Graduação em Magistério do Curso Superior - UNC - Canoinhas SC
Curso em Optometria Comportamental ? Instituto Thea - Florianópolis SC
Curso "Desenvolvimento Cerebral Infantil? ? Instituto Thea ? Florianópolis SC
Terapeuta Visual e Terapia Sintônica - Instituto Thea ? Florianópolis SC
Fonte: Vilmario Antonio Guitel

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